A próxima grande coisa em viagens de luxo: uma terapia familiar

Como é o pacote
• Pré-check-in emocional: videochamadas antes da viagem mapeiam conflitos (sucessão, disciplina digital, rivalidade entre irmãos).
• Dinâmicas disfarçadas de lazer: velejar para treinar cooperação, trilha noturna para discutir medos, aula de culinária sobre divisão de tarefas.
• Sessões diárias (60-90 min): realizadas em villas privativas, cabanas de praia ou até a bordo de catamarãs-spa.
• Acompanhamento de 6 meses: relatórios e calls mensais garantem que o que foi combinado não morra no desembarque.

Preço: US$ 25 mil – 70 mil por semana só pelo terapeuta (além de hospedagem e mimos). Mesmo assim, a procura disparou.

Por que virou moda
1. Agenda carregada – CEOs conseguem parar uma semana longe do escritório; não conseguem manter sessões semanais todo o ano.
2. Pós-pandemia – Convívio intenso em casa expôs rachaduras que férias comuns não resolvem.
3. Transferência de riqueza – Family offices dizem que a maioria das disputas sucessórias nasce de mágoas antigas; vale investir na “prevenção emocional” tanto quanto em blindagem fiscal.
4. Upsell hoteleiro – Resorts dobram o tíquete médio sem construir nada novo.

Quem oferece
• Villas em Turks & Caicos, Aspen, Costa Amalfitana e Maldivas (versão “therapy catamaran”).
• Parcerias com psicólogos de Harvard, Columbia e ex-facilitadores de T-Group.
• Redes asiáticas miram famílias expatriadas de Singapura e Dubai.

Riscos e críticas

Psicólogos alertam: terapia “express” pode gerar efeito lua-de-mel passageiro; temas profundos exigem processo contínuo. Organizar agendas em cenários glamourosos ajuda na abertura, mas não substitui acompanhamento regular.

Tendência

Agências bespoke já têm lista de espera até 2026 e criam franjas do conceito: coach de carreira para filhos universitários, mediador de divórcios in loco e psicólogo “residente” em iates charter. Se o luxo do passado era desconectar-se, o do presente é enfrentar conversas difíceis com vista para o mar turquesa.