A temporada das vilas privadas: por que bilionários estão evitando hotéis de luxo
O novo luxo é a exclusividade. Aluguéis de R$ 200 mil a R$ 1 milhão por semana crescem entre executivos e fundadores

Vila em Comporta, Portugal
No novo mapa do luxo, suítes presidenciais já não bastam. Para um número crescente de bilionários, fundadores de empresas e herdeiros de grandes fortunas, o verdadeiro símbolo de status e conforto é estar sozinho, cercado apenas por quem se escolhe — e com controle total sobre o ambiente.
Esse comportamento está transformando o mercado de hospitalidade. Em vez de resorts cinco estrelas, cresce a procura por vilas privadas, castelos, ilhas inteiras ou retiros ultraexclusivos, alugados por semana, com diárias que chegam a ultrapassar R$ 150 mil.
#A lógica do isolamento de luxo
A pandemia acelerou esse movimento, mas ele se manteve e agora se consolida como uma nova norma entre os muito ricos. O motivo vai além da privacidade: trata-se de controle, segurança, discrição e curadoria. Uma vila bem localizada permite ao hóspede levar seu chef, seus seguranças, personal trainer e até seu próprio staff.
O mercado cresceu. Empresas como The Mantis Collection, Aman Private Villas, The Thinking Traveller e Le Collectionist atendem clientes HNWI (High Net Worth Individuals) e UHNWI (Ultra High Net Worth Individuals) que preferem não dividir áreas comuns nem aparecer em listas de hóspedes.
#Quanto custa o novo luxo?
As cifras variam, mas seguem uma tendência clara de alta:
Ibiza, Grécia, Amalfi, Provence, Maldivas, Alentejo e Trancoso estão entre os destinos mais buscados;
Em média, as diárias de uma villa de alto padrão começam em € 10 mil por noite, podendo ultrapassar € 150 mil semanais em locais como Cap Ferrat, Comporta ou St. Barts;
Algumas propriedades são negociadas por convite, com contratos que incluem helicóptero, iate, chef Michelin, sommelier e staff 24h.
#Quem está alugando?
Entre os clientes estão fundadores de empresas recém-vendidas, investidores com carteiras dolarizadas, herdeiros de grandes grupos e celebridades que optam por férias mais reservadas. Um padrão comum: eles querem conforto, mas não querem ser vistos.
Não se trata apenas de relaxar, mas de transformar a estadia em uma extensão da rotina de performance pessoal — com segurança digital, conectividade de alto nível, salas de reunião, quartos preparados para nannies, médicos ou até assistentes pessoais.
#O novo status: ser invisível
Enquanto resorts ainda investem em ostentação, o novo consumidor de alto padrão prefere o oposto: luxo silencioso, sem marca aparente, sem fotos publicadas, sem tags. O anonimato virou símbolo de poder — e a personalização virou estratégia de diferenciação.