A temporada das vilas privadas: por que bilionários estão evitando hotéis de luxo

O novo luxo é a exclusividade. Aluguéis de R$ 200 mil a R$ 1 milhão por semana crescem entre executivos e fundadores

Bruno Richards 12 Jun 2025
Vila em Comporta, Portugal

Vila em Comporta, Portugal

No novo mapa do luxo, suítes presidenciais já não bastam. Para um número crescente de bilionários, fundadores de empresas e herdeiros de grandes fortunas, o verdadeiro símbolo de status e conforto é estar sozinho, cercado apenas por quem se escolhe — e com controle total sobre o ambiente.

Esse comportamento está transformando o mercado de hospitalidade. Em vez de resorts cinco estrelas, cresce a procura por vilas privadas, castelos, ilhas inteiras ou retiros ultraexclusivos, alugados por semana, com diárias que chegam a ultrapassar R$ 150 mil.

#A lógica do isolamento de luxo

A pandemia acelerou esse movimento, mas ele se manteve e agora se consolida como uma nova norma entre os muito ricos. O motivo vai além da privacidade: trata-se de controle, segurança, discrição e curadoria. Uma vila bem localizada permite ao hóspede levar seu chef, seus seguranças, personal trainer e até seu próprio staff.

O mercado cresceu. Empresas como The Mantis Collection, Aman Private Villas, The Thinking Traveller e Le Collectionist atendem clientes HNWI (High Net Worth Individuals) e UHNWI (Ultra High Net Worth Individuals) que preferem não dividir áreas comuns nem aparecer em listas de hóspedes.

#Quanto custa o novo luxo?

As cifras variam, mas seguem uma tendência clara de alta:

  • Ibiza, Grécia, Amalfi, Provence, Maldivas, Alentejo e Trancoso estão entre os destinos mais buscados;

  • Em média, as diárias de uma villa de alto padrão começam em € 10 mil por noite, podendo ultrapassar € 150 mil semanais em locais como Cap Ferrat, Comporta ou St. Barts;

  • Algumas propriedades são negociadas por convite, com contratos que incluem helicóptero, iate, chef Michelin, sommelier e staff 24h.

#Quem está alugando?

Entre os clientes estão fundadores de empresas recém-vendidas, investidores com carteiras dolarizadas, herdeiros de grandes grupos e celebridades que optam por férias mais reservadas. Um padrão comum: eles querem conforto, mas não querem ser vistos.

Não se trata apenas de relaxar, mas de transformar a estadia em uma extensão da rotina de performance pessoal — com segurança digital, conectividade de alto nível, salas de reunião, quartos preparados para nannies, médicos ou até assistentes pessoais.

#O novo status: ser invisível

Enquanto resorts ainda investem em ostentação, o novo consumidor de alto padrão prefere o oposto: luxo silencioso, sem marca aparente, sem fotos publicadas, sem tags. O anonimato virou símbolo de poder — e a personalização virou estratégia de diferenciação.

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