Brookfield troca shoppings por hotéis em movimento bilionário no Brasil

Segundo fontes do mercado, a gestora já se movimenta para estrear oficialmente no segmento em 2025, com foco inicial em São Paulo

Bruno Richards 02 Jun 2025
CEO Bruce Flatt

CEO Bruce Flatt

A gigante canadense Brookfield está redesenhando sua estratégia no mercado imobiliário brasileiro — e a aposta agora é no setor hoteleiro.

Segundo fontes do mercado, a gestora já se movimenta para estrear oficialmente no segmento em 2025, com foco inicial em São Paulo. Trata-se de um reposicionamento estratégico: menos ativos tradicionais como shoppings centers, mais exposição a nichos de maior valorização — como hotelaria, galpões logísticos e imóveis residenciais de alto padrão.

Entre as negociações em andamento, está a aquisição de ativos da HBR Realty, que recentemente vendeu o hotel Hilton Garden Inn por R$ 110 milhões e colocou outros ativos hoteleiros à venda.

#Setor em aquecimento

O movimento da Brookfield não acontece por acaso. A indústria hoteleira brasileira vive um momento de forte expansão, impulsionada pela retomada do turismo e pelo aumento da demanda por hospedagens de qualidade nas grandes capitais.

Estima-se que só em 2025 o setor receba R$ 10,6 bilhões em investimentos em novos projetos, com mais de 23 mil unidades em desenvolvimento. Fundos como o HTMX11, da gestora BTG Pactual, também estão acelerando aquisições — reforçando a tendência de valorização do segmento.

#Shoppings fora do portfólio

Enquanto entra nos hotéis, a Brookfield começa a se desfazer de ativos considerados “tradicionais” e com menor margem de crescimento. Estão nessa lista os shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, ambos em São Paulo, que já teriam sido colocados à venda ou reposicionados em estruturas de menor prioridade dentro do portfólio da gestora.

A nova fase do grupo no Brasil reflete uma lógica mais seletiva:

menos exposição ao varejo físico, mais foco em ativos de ciclo longo e maior retorno.

#O que está por trás da decisão

O movimento se insere em uma mudança global de comportamento de grandes players de real estate, diante da transformação no varejo, da digitalização do consumo e do crescimento do turismo corporativo e de lazer.

A Brookfield, que administra mais de US$ 850 bilhões globalmente, está sinalizando que os próximos anos exigirão mais do que bons ativos: será preciso antecipar onde estará o valor amanhã — e não onde ele esteve no passado.

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