Embraer e Gulfstream disputam o céu dos bilionários e o Brasil virou palco desse embate silencioso
O mercado de jatos executivos está mais aquecido do que nunca. E no centro dessa disputa estão dois gigantes da aviação: Embraer, do Brasil, e a americana Gulfstream.

The first G800, priced at $71.5 million
#Do silêncio ao céu: Embraer e Gulfstream lideram o novo momento da aviação dos bilionários
O mundo da aviação executiva está em plena transformação. O que antes era um universo de poucos modelos e um perfil previsível de cliente — banqueiros, presidentes e celebridades — agora se abre para uma elite ainda mais segmentada. No centro dessa virada estão duas fabricantes com estratégias opostas: a brasileira Embraer e a americana Gulfstream.
Enquanto uma aposta em performance racional, a outra mira o excesso absoluto. Ambas competem, direta ou indiretamente, pelo mesmo espaço aéreo: o topo do mundo.
#A nova elite que voa privado
O perfil de quem voa está mudando. O jato executivo deixou de ser apenas um meio de transporte e passou a ser um símbolo de autonomia, segurança e discrição — tudo o que um bilionário do século XXI procura.
Nesse novo cenário, eficiência, autonomia e estilo silencioso ganham cada vez mais espaço. A Embraer entendeu isso rápido. Seus modelos Phenom 300E, Praetor 500 e Praetor 600 são hoje líderes absolutos em entregas dentro do segmento leve e midsize. Menores que os gigantes da Gulfstream, sim — mas com operação mais econômica, alcance mais que suficiente para voos continentais e conforto de sobra.
Ao mesmo tempo, a empresa brasileira tem sido clara sobre seu plano de crescimento: expandir globalmente, mantendo a excelência em custo-benefício e inovação tecnológica. A recente venda bilionária para a Flexjet reforça esse caminho: são jatos para quem voa com frequência, com escala, mas sem ostentação.
#Gulfstream: a linha de frente do luxo
Do outro lado da pista está a Gulfstream, que há décadas ocupa o topo da aviação de ultraluxo. Seus modelos G500, G600, G700 e agora G800 são verdadeiros apartamentos de 40 mil pés. Com autonomia para cruzar oceanos sem escalas e cabines com acabamento de superiate, a Gulfstream continua sendo o padrão-ouro da elite mais tradicional — de sheiks a CEOs da Fortune 100.
A marca também vem se movendo: adaptou suas aeronaves com maior eficiência e está antecipando tendências como conectividade avançada, operação com tripulação reduzida e novas certificações ambientais. Mas não abriu mão do luxo — nem quer.
#Brasil no radar da elite aérea
Se existe um ponto de intersecção entre Embraer e Gulfstream, ele está aqui: o Brasil. O país é um dos maiores mercados de aviação executiva do mundo, com centenas de jatos registrados, operadores regionais em crescimento e uma elite que circula entre fazendas, escritórios e aeroportos internacionais como quem troca de camisa.
A certificação recente do Gulfstream G700 pela ANAC, por exemplo, sinaliza a intenção clara da marca americana de expandir suas operações no país. Ao mesmo tempo, a Embraer continua consolidando sua liderança local — e ganhando ainda mais tração lá fora.
#Duas filosofias, um mesmo destino
A Embraer quer democratizar o acesso ao voo executivo com performance. A Gulfstream quer garantir que o céu continue reservado a poucos — com tudo o que o dinheiro pode comprar. Ambas estão certas, e ambas cresceram nos últimos anos. Mas o que chama atenção não é o contraste: é o fato de que o mundo tem espaço — e sede — para os dois caminhos.
No ar, não há ruído. Mas nas estatísticas, entregas e contratos, o som é claro:
o mercado de aviação dos bilionários nunca esteve tão vivo.