Fora da Faria Lima: onde os bilionários realmente fecham negócios no Brasil
No Brasil, os grandes acordos raramente são fechados em reuniões formais ou calls no Zoom. Eles acontecem entre taças de vinho em Trancoso, rodadas de golfe em haras no interior paulista, jantares discretos na Fazenda Boa Vista ou almoços longos na Quinta

Fasano Trancoso
Onde os bilionários brasileiros realmente fazem negócios — e não é na Faria Lima
No Brasil, os grandes acordos raramente são fechados em reuniões formais ou calls no Zoom. Eles acontecem entre taças de vinho em Trancoso, rodadas de golfe em haras no interior paulista, jantares discretos na Fazenda Boa Vista ou almoços longos na Quinta da Baroneza.
A elite econômica do país criou seu próprio “Hamptons” — um circuito privado de influência, onde o capital conversa com o capital, longe dos holofotes.
Nos últimos anos, o Fórum Esfera se consolidou como uma das principais plataformas de poder do país. Criado por João Camargo, patriarca da família Camargo e atual CEO da CNN Brasil, o evento passou a reunir banqueiros, CEOs, ministros, militares, governadores e herdeiros das maiores fortunas do Brasil — tudo com curadoria de acesso e discrição. Ali, empresários e políticos discutem desde reformas tributárias até fusões estratégicas, sem a pressão das câmeras.
O LIDE, de João Doria, também segue forte, com encontros de alto nível em Comandatuba, Campos do Jordão e SP, reunindo presidentes de multinacionais, investidores e autoridades para mesas que mesclam economia, política e estratégia empresarial.
Enquanto isso, empresas globais estão redesenhando suas estratégias de relacionamento no Brasil. A Mastercard, por exemplo, passou a realizar eventos exclusivos em Trancoso, convidando C-levels, influenciadores e gestores de patrimônio para experiências de luxo com pitchs de negócios embutidos.
Nos bastidores, também ganham força os encontros promovidos por gestoras, fundos e private banks como XP, BTG e Itaú BBA — com fóruns privados no Copacabana Palace, na Boa Vista ou até em Aspen. São espaços onde a agenda econômica do país é moldada de maneira informal, mas altamente coordenada.
A geografia do poder no Brasil não está no LinkedIn — ela acontece entre helicópteros, convites por WhatsApp e jantares sem imprensa.