Tédio virou luxo: por que fazer nada é o novo status entre bilionários

Tempo livre, agenda vazia e o privilégio de desligar o celular. Para um grupo cada vez maior de ultra-ricos, o novo luxo não é mais estar em todos os lugares — é não precisar estar em nenhum. A era do "burnout como troféu" ficou para trás.

Bruno Richards 16 Jun 2025
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#O novo luxo dos bilionários? Tédio, tempo livre e o direito de desaparecer

Por Not Journal

Você já se perguntou qual é o verdadeiro luxo no topo da pirâmide? Para um número crescente de bilionários e herdeiros do mundo moderno, a resposta é simples — e surpreendente: fazer nada.

Enquanto o mundo corre atrás de produtividade, performance e agendas lotadas, a elite global está fugindo exatamente disso. A nova moeda entre os super-ricos não é apenas dinheiro, mas tempo não negociável. O que antes era sinônimo de ociosidade ou falta de ambição, agora virou símbolo de poder silencioso.

Tédio com propósito: o luxo invisível

O “tédio intencional” virou tendência entre executivos exaustos, filhos de bilionários e fundadores de startups que já “zeraram o jogo”. Estar desconectado, não responder e-mails, não aparecer em eventos — tudo isso, quando feito por quem pode estar em qualquer lugar do mundo, passa a representar exclusividade.

“Se você realmente tem poder, você não precisa provar mais nada. Nem mesmo estar presente”, disse recentemente um fundador do Vale do Silício em entrevista anônima.

Spas nos Alpes e silêncio no Himalaia

A nova geração de bilionários está trocando jatinhos lotados e festas em Mykonos por retiros de silêncio no Himalaia, spas de regeneração celular nos Alpes austríacos e programas de digital detox com valores que ultrapassam US$ 20 mil por semana.

Lugares como o Viva Mayr, na Áustria, ou o Aman Spa, em Butão, tornaram-se os favoritos da elite que deseja sumir com estilo.

Anti-burnout club: exclusividade sem barulho

Em Londres e Nova York, surgem os chamados anti-burnout clubs — espaços ultraexclusivos onde é proibido falar de negócios, usar celular ou ostentar qualquer status visível. Os membros pagam caro para não serem ninguém por algumas horas. O verdadeiro luxo é não ser acessado.

Escapismo consciente: uma nova estética de poder

Esse novo comportamento está alinhado com a ascensão de um “minimalismo emocional” nas redes sociais. Não é sobre mostrar o que você tem — é sobre mostrar o que você não precisa. A agenda vazia virou símbolo de controle. O silêncio, uma marca de autoridade. A ausência, um grito de presença.

Conclusão: o tédio como estratégia

Em um mundo saturado de estímulo, conexões e visibilidade, os bilionários descobriram algo que o resto ainda está buscando: tempo livre como ativo estratégico. Não se trata de desistir do jogo — mas de mostrar que eles já venceram.

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