Arte e inteligência

Não é difícil achar críticas na internet sobre como os filmes hoje em dia são rasos e coisas do gênero... A questão é, o quê devemos buscar de fato na arte? Há mais de uma coisa a ser buscada?

Paulo Teles 27 Jun 2025
Imagem criada via ChatGPT

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Apesar de ser leigo no assunto de artes e ainda estar lendo "A História da Arte" do Gombrich, creio que posso levantar algumas impressões que tenho sobre a qualidade das coisas que assistimos.

Não desejo aqui levantar considerações como um especialista; creio que há inúmeras pessoas mais preparadas que eu para tanto. E por isso o que vou falar aqui são impressões e um incentivo a vocês buscarem algo que é bom para todos nós, que é consumir arte também para aprendermos e não apenas para curtirmos.

Algumas pessoas ficaram assustadas com Martin Scorsese levantando considerações sobre os filmes da Marvel. Citando o próprio:

Eu não assisto. Eu tentei, sabe? Mas isso não é cinema. Sinceramente, o mais próximo que eu posso pensar que eles chegam, por mais bem feitos que sejam, com atores fazendo o melhor que podem nessas circunstâncias, é parque de diversões. Não é o cinema de seres humanos tentando passar experiências emocionais, psicológicas, para outro ser humano.

Não duvido que eu mesmo, na época, achei a colocação um pouco dura, porém, se começarmos a buscar na arte algo além de simplesmente "entretenimento", podemos encontrar universos inteiros. As experiências humanas são incontáveis e delas podemos aprender tantas coisas que caberia um ensaio inteiro só para listá-las.

Desde entender melhor como funciona a mente de um tipo de personalidade ou até conceber novas possibilidades de ação humana, como muito bem sempre falaram "Os Náufragos" em seus podcasts. Deste modo, digo que a arte é um portal para aumentarmos nossa inteligência.

Um exemplo de como isso se deu na minha vida foi vendo os mesmos "Os Náufragos" comentarem sobre Breaking Bad, citando uma cena onde há a presença de uma ponte. Descobri com eles que a ponte pode ser um símbolo de passagem e que, naquele contexto, demonstrava a decisão de um homem para uma vida, uma passagem de uma decisão para outra.

Sabendo disso, eu me torno capaz de ficar atento a esse símbolo em outros filmes, séries ou até mesmo pinturas — por que não? —. E sabendo isso, eu entendo melhor as histórias, e entendendo melhor as histórias, aumenta minha capacidade de vislumbrar informações e ideias presentes nas artes que, para muitos, não são acessíveis. E, tendo acesso a essas coisas, me capacito a ver obras mais complexas, com ideias mais inteligentes, que vão expandir ainda mais minha capacidade... No fim, apenas ganhamos.

E nisso entendemos por que Scorsese talvez não estava tão errado em relação aos filmes da Marvel e, ouso eu, estendo essa crítica a boa parte do cinema mainstream.

Assim, meu apelo consiste no seguinte: Toda oportunidade honesta de aumentarmos nossa inteligência deve ser aproveitada. Adquirir o gosto pelo saber é o que muitas vezes nos torna capazes de termos — como diria mais ou menos o professor Olavo de Carvalho — um horizonte de consciência cada vez maior. Aumentando nossa capacidade de intuir soluções e desfechos, de intuir explicações e, obviamente, melhorar nosso raciocínio.

Ser um bom consumidor de arte não é sobre ser "cult", é sobre sermos mais inteligentes não apenas com raciocínios matemáticos, coisa que os computadores já fazem melhor do que nós, mas com aquelas ideias que não podemos colocar um computador para pensar por nós.

Claro, a função da arte não é apenas nos deixar mais inteligentes, mas é uma das funções e é uma função muito importante, que não podemos ignorar por preguiça de colocarmos nossas cabeças para pensar um pouco mais.

Correção Gramatical:
- Gemini ( Google )

Imagens:
- ChatGPT


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