Tarcísio já lidera 2026

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Tarcísio em rota de colisão com Lula — e já tratado como “plano A” do centrão para 2026

Tarcísio de Freitas não é apenas o governador mais bem-avaliado do Sudeste; tornou-se, nos bastidores de Brasília, o nome de convergência entre a direita institucional, o bolsonarismo e um centrão que fareja poder. Dois movimentos recentes reforçam a leitura.

1. Os números – O Instituto Futura, em pesquisa divulgada em 27 de junho (2 000 entrevistas, margem ± 2,2 p.p.), cravou Tarcísio com 46 % contra 35 % de Lula num eventual segundo turno — vantagem de onze pontos que ecoa séries do Paraná Pesquisas desde abril. À direita, o dado é lido como prova de que o governador combina recall nacional(graças à vitrine paulista) com rejeição ainda baixa — algo que nem Jair Bolsonaro nem outros presidenciáveis obtêm.

2. O xadrez político – Fontes do centrão relatam que “a fila já andou”: se Bolsonaro continuar inelegível, a preferência recai em Tarcísio. A própria família do ex-presidente não faz segredo; “Tarcísio vai ser presidente”, disse uma fonte próxima aos Bolsonaro ao not journal. A aposta é pragmática: o governador preserva a base raiz, mas não carrega a montanha de ações judiciais nem a rejeição do padrinho político.

Contexto de fragilidade para o Planalto – As pesquisas mostram desaprovação crescente de Lula, principalmente em renda média e eleitorado do Sudeste, enquanto o PT ainda não apresenta sucessor natural caso o presidente desista de concorrer. O cenário econômico mixado — juros altos, PIB modesto — mina a narrativa de “retomada”.

O teste do STF – 2026 também colocará à prova o papel do Supremo. Depois de ser protagonista em 2022 — sob a justificativa de conter a avalanche de fake news atribuída ao entorno de Bolsonaro —, magistrados indicam nos bastidores que desejam “distância saudável” do ciclo eleitoral. A dúvida em Brasília: o tribunal conseguirá se manter fora do centro do palco? Ou voltará a atuar de forma mais visível, o que líderes da direita já classificam como “viés sistemático” pró-governo?

Enquanto isso, Tarcísio segue em campanha de fato: rodadas de infraestrutura no interior paulista, isenções de ICMS a setores industriais e presença constante em eventos de agronegócio. Líderes do centrão já velam apoio tácito no Congresso em troca de um lugar na chapa majoritária.

Com sondagens favoráveis, a bênção velada de Bolsonaro e o vácuo no campo petista, o governador paulista converte São Paulo na trincheira decisiva da disputa que — em silêncio — já começou.