Temer ou abraçar a era da IA?
Novidades tecnológicas sempre apareceram, mas uma que fizesse tudo? Este é o medo de muitos funcionários ao perceberem a possibilidade de seus trabalhos serem totalmente automatizados por IA. Mas... será que devemos mesmo temer essa nova fase?

criado via Chat GPT
Podemos contar, ainda que com muitas lacunas, a história da humanidade através de suas invenções/descobertas.
Podemos contar também, junto dessa história, como inúmeras pessoas por causa dessas invenções/descobertas perderam seus trabalhos para máquinas que operavam de maneira mais automatizada seus esforços pessoais.
Não obstante, podemos supor como a inovação dos computadores acabaram com o trabalho de inúmeras pessoas que faziam cálculos na mão.
Mas agora pode ser diferente… As “inteligências” artificiais não apenas substituem um esforço ou outro, mas quase todos. Desenham, pensam, calculam, montam até códigos de computador para fazer outras coisas que elas diretamente não podem fazer; é como se elas fizessem praticamente tudo.
Talvez por isso um dos assuntos que paira na consciência de cada um, e no ar das rodas de conversas mais interessadas nas atualidades do mundo, seja a chegada das “inteligências” artificiais.
Por que uso o termo entre aspas? Porque inteligência — a capacidade de captar o que uma coisa é de fato — é algo exclusivo dos seres humanos. Se pensarmos bem, uma máquina de computador, assim como todas as outras, apenas realiza cálculos, estes que, por sua vez, como bem disse uma vez um professor, apenas simulam a ação humana.
Sempre que falarmos de IA aqui, lembremos desta distinção, que é extremamente importante para não confundirmos as coisas e tratarmos computadores e códigos como são, ou seja, apenas computadores e códigos.
Bem, para sermos mais específicos, não estamos falando aqui somente da “Inteligência” Artificial, que já existia de certo modo há muito tempo, mas sim dos LLMs — Large Language Models.
Deveríamos, dessa vez, ter medo da inovação tecnológica? Um ilustrador e um programador talvez fiquem irritados com o que vou dizer, mas a resposta é… Não.
Claro, alguns empregos provavelmente irão desaparecer, e isso é um processo normal da história humana. Tecnologias aparecem e, com isso, algumas facilidades. Afinal, não é o objetivo das invenções sempre nos ajudar? E essa ajuda muitas vezes envolve automatizar um processo que era extremamente manual.
Além disso, por que não devemos ter medo? Talvez o que vou falar agora não faça sentido para uma pessoa que desenvolveu inúmeras habilidades específicas, especialmente no tocante à arte, mas a ideia ainda é nossa e certos detalhes específicos nós não conseguimos nem descrever num prompt o que a IA deve fazer.
E isso, na verdade, é uma coisa boa; indica que algo de nós não é verbalizável e só pode ser exprimido através de uma ação propriamente humana.
Na sua história da arte, Ernst Gombrich nos mostra como a arte possui algo de especial nesse sentido:
“A ideia mais importante com a qual precisamos nos familiarizar é que aquilo que chamamos de obras de arte não são o resultado de alguma atividade misteriosa, mas sim objetos criados por e para seres humanos. (…) Pensemos também que cada um dos seus traços é resultado de uma decisão do artista: que ele pôde refletir sobre eles e alterá-los várias vezes, que pôde hesitar entre remover aquela árvore do fundo ou pintá-la novamente, que pôde ter se complacido em conferir, por meio de uma pincelada habilidosa, um brilho incomum a uma nuvem iluminada pelo sol, e que colocou tal ou tal ilustração com relutância diante da insistência do comprador.”
(Gombrich, 1999, pp. 31–32, tradução com auxílio de DeepL Translate)
Claro, talvez o consumidor não esteja tão preocupado com a qualidade que um ser humano somente pode dar à arte e, vendo ser mais barato apenas pagar máquinas para fazer o serviço, isso acabe acontecendo. Acontece que qualidades de serviço também sempre são diferenciais no mercado, e não assustaria a nenhum de nós, creio eu, alguém que pagasse especificamente um artista para realizar tal ou qual obra. E por que? Porque somente tal ou qual artista vai saber — mesmo que o cliente não saiba verbalizar — materializar o que é necessário ser materializado na obra.
Isso pode acabar, inclusive, se tornando uma qualidade que aumente ainda mais o valor monetário de uma obra humana, justamente por esse caráter único que o ser humano consegue ter de, mesmo sem um prompt, entender o que se passa no coração e na intenção de outra pessoa.
E você, programador? Não pense que é diferente, você também possui a capacidade de compreender o coração de outro, você também é pessoa. E o que eu falei para o artista, serve para o programador, o gestor de marketing, o desenhista… E para inúmeras profissões que dependem em algum nível de um coração que entende um coração.
Provavelmente, saberá se destacar no mercado aquele que mostrar a qualidade e a atenção que apenas um ser humano pode dar a um trabalho. E isto não impede este mesmo de utilizar a IA para automatizar alguns de seus processos, aumentando sua velocidade de produção e pesquisa.
A IA veio para ficar, e quanto mais rápido novos negócios adaptarem-se, maior será a eficiência de suas empresas, mais adiantada para o futuro elas estarão e, também, abertas a novas possibilidades de soluções inovadoras.
As LLMs podem, assim, não apenas facilitar nossos trabalhos, como também valorizar o que há de mais humano em cada um de nossos trabalhos.
Correção gramatical feita via Gemini
Imagens criadas via Chat GPT
Referência bibliográfica:
GOMBRICH, Ernst H. J. La Historia del Arte. 16. ed. Tradução de Rafael Santos Torroella. México, D.F.: Editorial Diana, S.A. de C.V. ; El Consejo Nacional para la Cultura y las Artes, Dirección General de Publicaciones, 1999. (Tradução para o português com auxílio de DeepL Translate).