A volta da inteligência analógica: CEOs de grandes fundos voltam a estudar filosofia e história
Com a IA assumindo o operacional, o diferencial está em pensar o que as máquinas ainda não conseguem.

Plato
#A volta da inteligência analógica: CEOs de grandes fundos voltam a estudar filosofia e história
Com a IA assumindo o operacional, o diferencial está em pensar o que as máquinas ainda não conseguem.
Em um mundo saturado por dados, dashboards e decisões baseadas em algoritmos, um movimento silencioso está ganhando força nos andares de cima do mercado financeiro: o retorno ao pensamento clássico.
Fundadores, gestores de fundos e executivos de grandes empresas estão retomando o estudo de filosofia, história, literatura e geopolítica — disciplinas que, por anos, pareciam relegadas a um segundo plano em um mercado dominado por engenharia e tecnologia.
O motivo? A inteligência artificial já faz boa parte da análise tática. Modelos projetam cenários, otimizam portfólios, resumem relatórios e rodam backtests em segundos. O que sobra para os humanos — especialmente os que tomam as decisões de bilhões — é o que não pode ser automatizado: pensamento contextual, visão de longo prazo e julgamento moral.
Um CIO de um fundo global disse recentemente em off: “Hoje, meu diferencial está mais em ter lido ‘Guerra e Paz’ do que o manual do Excel. A IA já faz isso melhor do que eu.”
Cursos como “Grand Strategy” (Yale), “Philosophy for Investors” (St. Gallen) e seminários privados sobre estoicismo, Clausewitz e Spinoza estão voltando à agenda de grandes nomes do capital global. Em alguns family offices, há até clubes de leitura estruturados — com clássicos mensais e discussões sobre como aplicá-los ao cenário macro, à tomada de risco e à gestão de legado.
A era da inteligência analógica não é um retrocesso. É uma resposta: enquanto todos automatizam, quem quer liderar precisa reaprender a pensar.