Lula perde apoio e pode ser derrotado por si mesmo em 2026

Segundo a nova pesquisa Genial/Quaest, 57% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, contra apenas 40% que ainda aprovam. É a maior taxa de rejeição desde o início do terceiro mandato

Bruno Richards 04 Jun 2025
Populismo barato pode ter acabado com o futuro do PT

Populismo barato pode ter acabado com o futuro do PT

#Lula perde apoio e pode ser derrotado por si mesmo em 2026

O maior adversário de Lula em 2026 pode ser ele mesmo.

Segundo a nova pesquisa Genial/Quaest, 57% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, contra apenas 40% que ainda aprovam. É a maior taxa de rejeição desde o início do terceiro mandato, e marca uma virada simbólica: o presidente que voltou ao poder com a promessa de união, equilíbrio e crescimento social agora enfrenta desgaste crescente — e, para muitos, irreversível.

#O governo perdeu o pulso

Enquanto o país sofre com juros altos, baixo crescimento e clima de incerteza institucional, o governo parece mais interessado em discursos populistas do que em enfrentar os problemas estruturais. A política econômica, tocada por Fernando Haddad, tenta manter alguma racionalidade — mas esbarra numa realidade: ninguém quer cortar gastos, e muito menos enfrentar os privilégios do setor público.

Aumentar impostos virou a única saída. Com um Congresso e um Judiciário intocáveis em seus próprios orçamentos, o ajuste vem da classe média e do setor produtivo. O recente aumento do IOF é apenas mais um capítulo. A máquina não quer estancar a sangria — quer ampliá-la, mesmo que o país quebre no processo.

#Populismo de curto prazo, inflação de longo prazo

A estratégia de “presentes sociais” — como energia gratuita, gás subsidiado ou programas de transferência inchados — pode funcionar para a base eleitoral. Mas empurra a inflação para cima e trava a confiança empresarial. Empresas estão demitindo. Investimentos estão em pausa. E os juros seguem altos, porque o governo não sinaliza compromisso com responsabilidade fiscal.

#A crise das narrativas

Internamente, o Planalto se vê ainda mais fragilizado por ruídos desnecessários. A primeira-dama, Janja da Silva, tornou-se protagonista de polêmicas que irritaram até aliados — de gastos elevados com viagens a falas consideradas inoportunas, que acentuam o desgaste em setores moderados da população. Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes, figura-chave no xadrez político, entra em rota de colisão diplomática com os Estados Unidos, o que agrava o isolamento internacional do governo.

#Uma base inflada, mas instável

Lula segue tentando comprar tempo e fidelidade com cargos, emendas e promessas. Mas há uma percepção crescente no mercado, no empresariado e entre eleitores de centro: o presidente parece perdido, desconectado das urgências econômicas e disposto a tudo para manter o poder — mesmo ao custo do país.

Se continuar assim, o caminho de volta às urnas em 2026 pode ser mais duro do que o de 2022. E o maior risco para o PT pode não ser a direita. Pode ser o próprio lulismo — desgastado, desorganizado e sem projeto concreto para o futuro.

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